Padronização de técnicas para pesquisa e caracterização de Exossomas no plasma de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico

Abstract

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica, crônica inflamatória, que atinge principalmente o tecido conjuntivo. Assim como as outras doenças autoimunes, tanto as órgãos específicas quanto as sistêmicas, o LES é caracterizado pela formação de autoanticorpos e pela deposição de imunocomplexos. Como já se sabe, o transporte de substâncias pode ser feito por lipoproteínas e por proteínas transportadoras, mas além dessas estruturas carreadoras, o transporte de várias moléculas, como por exemplo, dos Micros RNAs pode ser feita por nanovesículas, os exossomas. Essas vesículas são originadas de endossomas de células viáveis e de trocas celulares em que há o transporte de lipídeos em sua membrana ou em sua luz. Uma vez exocitados, ocorre uma interação entre os lipídeos de superfície dos exossomas com receptores na periferia de células alvo. As nanovesículas são internalizadas em endossomos onde encontram-se lipídeos bioativos que elas carregam. É possível que esses lipídeos bioativos sejam capazes de induzir a formação de autoanticorpos, proporcionando então um ataque a essas próprias estruturas ou às moléculas que por ela são carreadas, como os Micro RNAs, inibindo suas ações. O objetivo desse trabalho foi padronizar as técnicas utilizadas para a pesquisa e caracterização do exossomas no plasma de pacientes com LES para que esses procedimentos possam ser utilizados na pesquisa de possíveis autoanticorpos contra Exossomas. Para garantir a eficácia das técnicas que foram padronizadas, realizou-se um teste piloto com quatro amostras de voluntários, entre as quais, uma delas pertencia a uma pessoa com doença autoimune. O resultado deste teste piloto demonstrou que as técnicas padronizadas são funcionais e eficientes, com ênfase na técnica de extração e purificação de exossomas que gerou amostras puras.